O amor só com amor se paga? Qual o limite do orgulho, da liberdade, dessa doação por vezes tão altruísta?
Há uma linha muito delicada que separa o amor da necessidade, a paixão da doença, que distingue a ingenuidade da burrice, a distração do egoísmo. Mas será tão fina, tão delicada assim, a ponto de tantas pessoas não a enxergarem?
Quando amamos, enxergamos príncipes encantados ou donzelas indefesas, o que é bem natural, essa supervalorizaçao da pessoa amada, a idealização de uma vida perfeita. Mas o quanto isso é saudável? Até que ponto desculpar, relevar, ignorar ou camuflar os defeitos alheios em prol de uma relação não nos condena ou aprisiona a uma vida de renuncias, numa incansável espera de recompensas, de mudanças.
E tem ainda quem acredite nas mentiras que conta pra si mesmo, passam a viver essas mentiras como se fossem reais, negando a verdade. Alguns por ilusão, acham que a mentira é mais bonita, que assim dói menos, mas tem os covardes que por alguma razão pessoal não tem coragem pra se libertar, deve ter alguns loucos que gostem também, tem gosto pra tudo nesse mundo.
Mas a questão é, até onde o amor te cega? Até onde o amor deve te cegar? Quanto custa sua liberdade de vida, de escolhas, seu direito de ser amado e respeitado? Tudo isso vale um amor? Um amor que oprime, um amor que machuca, um amor egoísta, é amor?
Na verdade o amor deve ter preço sim, afinal tem tanta gente por ai pagando caro por um pouquinho dele, na grande maioria por uma réplica vagabunda que na verdade não vale nada.
As vezes eu acho que o amor é a propaganda enganosa mais bem sucedia do mundo. Irônico? Eu diria deprimente!
O amor vale muito, vale tudo, mas tudo que não venda sua condição de ser humano, de pessoa, que pensa, sente, tem desejos e sentimentos que devem ser considerados e respeitados sempre.
Então, quanto você está disposto a pagar?????????