Frase do dia

Deus está em toda parte mas o homem só o encontra onde busca...

terça-feira, 15 de março de 2011

QUANTO VALE O AMOR?

     O amor só com amor se paga? Qual o limite do orgulho, da liberdade, dessa doação por vezes tão altruísta?
     Há uma linha muito delicada que separa o amor da necessidade, a paixão da doença, que distingue a ingenuidade da burrice, a distração do egoísmo. Mas será tão fina, tão delicada assim, a ponto de tantas pessoas não a enxergarem?
     Quando amamos, enxergamos príncipes encantados ou donzelas indefesas, o que é bem natural, essa supervalorizaçao da pessoa amada, a idealização de uma vida perfeita. Mas o quanto isso é saudável? Até que ponto desculpar, relevar, ignorar ou camuflar os defeitos alheios em prol de uma relação não nos condena ou aprisiona a uma vida de renuncias, numa incansável espera de recompensas, de mudanças.
     E tem ainda quem acredite nas mentiras que conta pra si mesmo, passam a  viver essas mentiras como se fossem reais, negando a verdade. Alguns por ilusão, acham que a mentira é mais bonita, que assim dói menos, mas tem os covardes que por alguma razão pessoal não tem coragem pra se libertar, deve ter alguns loucos que gostem também, tem gosto pra tudo nesse mundo.
     Mas a questão é, até onde o amor te cega? Até onde o amor deve te cegar? Quanto custa sua liberdade de vida, de escolhas, seu direito de ser amado e respeitado? Tudo isso vale um amor? Um amor que oprime, um amor que machuca, um amor egoísta, é amor?
     Na verdade o amor deve ter preço sim, afinal tem tanta gente por ai pagando caro por um pouquinho dele, na grande maioria por uma réplica vagabunda que na verdade não vale nada.
     As vezes eu acho que o amor é a propaganda enganosa mais bem sucedia do mundo. Irônico? Eu diria deprimente!
     O amor vale muito, vale tudo, mas tudo que não venda sua condição de ser humano, de pessoa, que pensa, sente, tem desejos e sentimentos que devem ser considerados e respeitados sempre.
     Então, quanto você está disposto a pagar?????????

sexta-feira, 11 de março de 2011

INDECISÃO

     Descalço, totalmente vulnerável, ali parada no meio do caminho, entre os dois lados daquela ponte que achei que deveria atravessar,.
     Não sei mais se devo, nem sei mais se quero. Não é a ausência do desejo, talvez a duvida do caminho, é tão óbvio que pra se chegar do outro lado o meio mais indicado, mais seguro, é a ponte. Mas paro olho aquela água que corre desordenada por debaixo dessa velha estrutura de madeira, numa velocidade incalculável, num desprendimento total das coisas que toca e que às vezes até as carrega por um pequeno espaço de tempo, mas logo as deixa sem cerimonia, sem lamentações, o barulho dessas águas parece me chamar, posso ouvir uma voz suave e doce que ao mesmo tempo grita desesperadamente dentro de mim. Fico ludibriada a imaginar quantos conhecimentos, quantas emoções esse caminho pode me proporcionar. Não quero mais andar por onde todos já andaram, não quero ver o que me já me foi antecipado, quero ser surpreendia, testada, desafiada e até vencia se assim for necessário. Minha mente e meu corpo anseiam por adrenalina, pela sensação de alivio logo após o medo.
Sinto uma brisa leve que parece delicadamente me inclinar a  um salto, um mergulho. 
     Mas é loucura!? 
     Minha razão dispara uma carga de sanidade e com ela uma sensação de medo, é como se essa razão fosse paredes que me cercam me conduzindo para o caminho pré-determinado como correto, mas o que na verdade é correto? E quem tem o poder de determinar isso? Pois ao final, tudo são apenas conjecturas.
     Agora são tantas vozes, tantas cobranças, tantas pessoas, tanta expectativa, que já não sei mais o que ouço. Minhas convicções, minhas certezas, tudo parece cair em meio ao vão. Numa sensação de total nudez, de incapacidade psicológica. Uma mistura de medo e uma vontade brava de brigar, uma oscilação de raiva e de carência. Um desejo pavoroso de destruir o mundo e ao mesmo tempo no meu intimo, só quero ser abraçada por ele. 
Ironia da vida!? Logo eu que sempre fui tão segura dos meus sentimentos de minhas decisões, me vejo assim, totalmente perdida entre meio a sensações que nem ao mesmo consigo classificá-las.